quinta-feira, 29 de outubro de 2009

"Quando depois de muito mar, de muito amor.."



"[...]Eu sou como o velho barco que guarda no seu bojo o eterno ruído do mar batendo.
No entanto, como está longe o mar e como é dura a terra sob mim...
Felizes são os pássaros que chegam mais cedo que eu à suprema franqueza.
E que, voando, caem, pequenos e abençoados, nos parques onde a primavera é eterna.[...]"
Vinícius de Moraes.


Ficarei ausente do blog por algum tempo (não muito, prometo) e é por um bom motivo. Depois de quase seis meses sem o mar em minha vida, vou ao encontro dele. Outros mares, claro. Mas ainda assim com a essência da qual eu ando precisando. Quando voltar, prometo contar da viagem, e dos meus reencontros tão aguardados.


"Quando depois de muito mar, de muito amor..."   
Não me canso de ler Vinicius.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

A Internacionalização do Mundo.


"Durante debate em uma Universidade, nos Estados Unidos, fui questionado sobre o que pensava da internacionalização da Amazônia. O jovem americano introduziu sua pergunta dizendo que esperava a resposta de um humanista e não de um brasileiro. Foi a primeira vez que um debatedor determinou a ótica humanista como o ponto de partida para uma resposta minha.
De fato, como brasileiro eu simplesmente falaria contra a internacionalização da Amazônia. Por mais que nossos governos não tenham o devido cuidado com esse patrimônio, ele é nosso.
Respondi que, como humanista, sentindo o risco da degradação ambiental que sofre a Amazônia, podia imaginar a sua internacionalização, como também de tudo o mais que tem importância para a Humanidade.
Se a Amazônia, sob uma ótica humanista, deve ser internacionalizada, internacionalizemos também as reservas de petróleo do mundo inteiro. O petróleo é tão importante para o bem-estar da humanidade quanto a Amazônia para o nosso futuro. Apesar disso, os donos das reservas sentem-se no direito de aumentar ou diminuir a extração de petróleo e subir ou não o seu preço. Os ricos do mundo, no direito de queimar esse imenso patrimônio da Humanidade.
Da mesma forma, o capital financeiro dos países ricos deveria ser internacionalizado. Se a Amazônia é uma reserva para todos os seres humanos, ela não pode ser queimada pela vontade de um dono, ou de um país. Queimar a Amazônia é tão grave quanto o desemprego provocado pelas decisões arbitrárias dos especuladores globais. Não podemos deixar que as reservas financeiras sirvam para queimar países inteiros na volúpia da especulação.
Antes mesmo da Amazônia, eu gostaria de ver a internacionalização de todos os grandes museus do mundo. O Louvre não deve pertencer apenas à França. Cada museu do mundo é guardião das mais belas peças produzidas pelo gênio humano. Não se pode deixar esse patrimônio cultural, como o patrimônio natural amazônico, seja manipulado e destruído pelo gosto de um proprietário ou de um país. Não faz muito, um milionário japonês, decidiu enterrar com ele um quadro de um grande mestre. Antes disso, aquele quadro deveria ter sido internacionalizado.
Durante o encontro em que recebi a pergunta, as Nações Unidas reuniam o Fórum do Milênio, mas alguns presidentes de países tiveram dificuldades em comparecer por constrangimentos na fronteira dos EUA. Por isso, eu disse que Nova York, como sede das Nações Unidas, deveria ser internacionalizada. Pelo menos Manhatan deveria pertencer a toda a Humanidade. Assim como Paris, Veneza, Roma, Londres, Rio de Janeiro, Brasília, Recife, cada cidade, com sua beleza especifica, sua história do mundo, deveria pertencer ao mundo inteiro.
Se os EUA querem internacionalizar a Amazônia, pelo risco de deixá-la nas mãos de brasileiros, internacionalizemos todos os arsenais nucleares dos EUA. Até porque eles já demonstraram que são capazes de usar essas armas, provocando uma destruição milhares de vezes maior do que as lamentáveis queimadas feitas nas florestas do Brasil.
Nos seus debates, os atuais candidatos à presidência dos EUA têm defendido a idéia de internacionalizar as reservas florestais do mundo em troca da dívida. Comecemos usando essa dívida para garantir que cada criança do mundo tenha possibilidade de ir à escola. Internacionalizemos as crianças tratando-as, todas elas, não importando o pais onde nasceram, como patrimônio que merece cuidados do mundo inteiro. Ainda mais do que merece a Amazônia. Quando os dirigentes tratarem as crianças pobres do mundo como um patrimônio da Humanidade, eles não deixarão que elas trabalhem quando deveriam estudar; que morram quando deveriam viver.
Como humanista, aceito defender a internacionalização do mundo. Mas, enquanto o mundo me tratar como brasileiro, lutarei para que a Amazônia seja nossa. Só nossa."

Cristovam Buarque

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Morre lentamente, quem não vive!



"Morre lentamente
Quem não viaja,
Quem não lê,
Quem não ouve música,
Quem não encontra graça em si mesmo
Morre lentamente
Quem destrói seu amor próprio,
Quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente
Quem se transforma em escravo do hábito
Repetindo todos os dias os mesmos trajeto,
Quem não muda de marca,
Não se arrisca a vestir uma nova cor ou
Não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente
Quem [...]"



Sabe aquela quarta-feira estressante? Ou aquele domingo parado? Claro que sabe, todo mundo sabe. Dias assim em que dá preguiça de viver! Não, não do jeito melancólico da expressão, digo preguiça mesmo! Preguiça de levantar da cama, de tirar o pijama, de colocar os pés para fora de casa.  Pois é,  parece que não importa o quanto tentemos fugir deles, uma hora ou outra esses malditos dias insistem em acontecer!  
Não precisa ser sempre, aliás, se você realmente quiser, eles não precisam ser assim nunca! Acorde, tome um banho, saia para andar, de bicicleta ou a pé mesmo, admire a paisagem, as ruas, as árvores, os prédios, as praças, e porque não? Admire as pessoas. Brinque com seu cachorro, ajude sua mãe a fazer um bolo (você não, Atilas), leia um bom livro, ouça um tipo de música diferente,  vá a casa de um amigo que não vê há meses...Eu não sei, faça alguma coisa, qualquer coisa, mas tente espantar aqueles dias insignificantes de sua vida.  Prometo fazer o mesmo.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Será que é pedir muito?


"Eu não quero que minhas vontades tortas e meus desejos secretos fiquem escondidos.
Eu quero mais é que eles saiam por aí, nem que seja para não se atrofiarem.
Eu ando seguindo o que eu acho que tenho de mais valioso: meu coração.

Se você estiver no meu caminho, te levarei comigo.
(Quer vir?).
Cansei de pagar mais por menos.
Eu enxergo sua alma.
Enxergo suas incertezas.
Mas eu não quero suas dúvidas...
Por favor, durma com elas.
Nem que seja por esta noite.
Eu também tenho medo de errar e levar a sua culpa pode ser uma enorme bagagem para mim. Entende?
Algum dia há de dar certo.
Se não for do jeito que sonhamos, será de um jeito muito melhor.
O mundo nos prega peças, sabia?
Eu não quero competir com refrões.
Eu quero poesia, sentimentos e beijos no pescoço.
Será que é pedir muito?"


Já teve aquela sensação de que está pedindo demais da vida? Que está abusando da boa vontade do acaso?  De que a qualquer momento o vinho pode virar água? Pois é, para mim, essa sensação de "é bom demais pra ser verdade" está diretamente ligada à minha segurança e ao meu medo de me entregar ao desconhecido. Sabe-se lá porque, tenho uma grande dificuldade em mergulhar (trocadilho) em algum relacionamento sem ter algumas certezas sobre ele, e dessa vez não é diferente. Ok, só um pouco. Dessa vez eu meio que estava dentro desse mar de emoções (trocadilho) muito antes de conseguir pensar sobre ele, porque de alguma forma, você cruzou meu caminho e eu não tive chance (e nem vontade) de te tirar dele.
Obs: Talvez eu queira sim, todas as suas dúvidas e quem sabe fazer delas, as minhas próprias.


PS: Sim, os posts estão ficando cada vez mais pessoais...Mas relaxem, prometo que vou me controlar e o no próximo post escreverei coisas "genéricas", ok?!
Um beijo.